Metaverso e arquitetura: qual o impacto dessa tendência?
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09 de maio de 2022

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Metaverso e arquitetura: qual o impacto dessa tendência?

Entenda o que é metaverso e qual o impacto dessa tendência na arquitetura, assim como o papel dos arquitetos nesse novo cenário.

Em outubro de 2021 o Facebook anunciou a troca do nome da holding para Meta, refletindo uma mudança ligada à estratégia da empresa, que estará focada no metaverso, um universo virtual dedicado a unificar o mundo físico e o digital. Nesse cenário, empresas de diversos segmentos passaram a estudar como usar essa tecnologia em seus negócios, inclusive na arquitetura, construção e design.

Assim, como estamos falando da construção de novos ambientes, ainda que virtuais, o metaverso terá um impacto importante na arquitetura e design. Além disso, muitas empresas e escritórios já estão investindo em tecnologias e formas de construir seus próprios espaços no mundo virtual.

O que é metaverso e qual a sua importância?

O metaverso tornou-se um assunto muito discutido nos últimos meses, mas não é um conceito novo.

Esse termo apareceu pela primeira vez no livro de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson, lançado em 1992.

Na prática, é um universo que une o mundo físico e o virtual, onde as pessoas poderão interagir com ambos os mundos e fazer compras, trabalhar, estudar, visitar museus, ir ao cinema, ir a shows, conviver com usuários, entre outras possibilidades.

A ideia principal é integrar a vida virtual e a real em um único espaço por meio de equipamentos e tecnologias que já existem ou estão em desenvolvimento.

Além da Meta, empresas como Roblox, Epic Games e Microsoft já estão desenvolvendo soluções baseadas no metaverso, pois existem diversas oportunidades de negócio principalmente na área dos jogos, que são o mais próximo desse universo que existe atualmente.

Qual o impacto do metaverso na arquitetura?

Como você viu, a ideia é que no metaverso as pessoas possam fazer quase tudo o que fazem no mundo físico usando um avatar no ambiente digital.

No entanto, para que isso seja possível, é preciso que esses espaços virtuais sejam projetados e construídos, da mesma forma que qualquer edificação no mundo real – é aí que entra a arquitetura no metaverso.

O trabalho dos arquitetos e designers será muito necessário e valorizado nesse novo mundo, pois as construções devem ser bonitas e adequadas ao tipo de uso desejado pelas pessoas e seus avatares.

A boa notícia para os profissionais é que não existem barreiras construtivas nesse novo universo, que não é regido nem mesmo pelas leis de física.

Além disso, as formas de interação entre as pessoas e as construções deve mudar, pois mudar um cômodo inteiro de lugar, por exemplo, poderá ser feito de forma simples e rápida.

Por isso, a tendência é que haja cada vez mais casas, condomínios, shoppings, escritórios virtuais e locais de entretenimento projetados por arquitetos para o metaverso.

Algumas possibilidades de atuação nesse segmento são:

  • Digital twins

Digital twins, ou gêmeos digitais, são réplicas digitais de construções físicas que simulam comportamentos reais a partir do chamado Building Information Modeling (BIM).

Essa réplica é dinâmica e atualizada a partir de um ativo físico ou conjunto de ativos, como um edifício, campus, cidade ou ferrovia, por exemplo, que reúne dados do projeto, construção e operação em tempo real.

Com isso, os arquitetos podem atuar como uma espécie de ponte entre o mundo físico e o virtual na criação desses espaços e até mesmo de cidades inteiras, podendo executar simulações para criar cenários do mundo real no ambiente digital.

  • Exposições virtuais

A conexão entre os ambientes reais e virtuais será muito explorada pelos museus e outras organizações ligadas ao mundo da arte.

Assim, os museus poderão ofertar as mesmas exposições no dois mundos, de uma forma acessível para todos, independentemente de suas coordenadas geográficas no planeta.

Os NFT’s (non-fungible token) também são importantes para o metaverso e abrem espaço para a comercialização de objetos que não existem fisicamente.

  • Alteração de projetos

No metaverso, as construções são altamente mutáveis e um script poderá, por exemplo, alterar a concepção do edifício a cada intervalo de tempo designado, ou de acordo com o número de visitantes, período do ano ou reação dos usuários.

Essas criações não precisam ter similaridades com as construções do mundo real, dependendo somente da criatividade e inspiração dos profissionais responsáveis pela projeção.

Além disso, com plataformas como Grasshopper e Houdini, é possível criar “fórmulas” de arquitetura que permitem aos usuários customizar os seus próprios projetos arquitetônicos, podendo até mesmo ser comercializado como um NFT.

Como você viu, o metaverso terá um grande impacto sobre a arquitetura, assim como em outros segmentos da sociedade. Porém, seja qual for o ambiente, a experiência do cliente continua sendo um fator fundamental para um projeto bem-sucedido. Confira nosso artigo sobre a importância da arquitetura comercial.